A ampelografia é compreendida como “a disciplina da botânica e da agronomia que estuda e identifica as diferentes variedades de vinhas, através do estudo das folhas das plantas.
E são exatamente as folhas que identificam a vinha e contam sobre as variedades dos frutos que produz.
Diferentemente de muitas outras espécies frutíferas, não é somente o fruto que determina de que variedade estamos falando. A identificação se dá exclusivamente pelas folhas, considerando suas diferentes formas e colorações. Em muitas variedades, é possível afirmar que os frutos são bastante similares e o que efetivamente determina a variedade é análise da folha, que traduz a variedade da vinha.
Vale exemplificar com a história da uva Carmenere, de origem francesa, que por volta dos anos 1870 foi devastada pela filoxera e considerada extinta em toda a França.
Entretanto, no Chile, em meio a vinhedos de Merlot, com a qual a variedade foi confundida por um longo período, a Carmenere sobreviveu. E em meados dos anos noventa, a uva hoje considerada emblemática do Chile, foi redescoberta e identificada por especialistas.
A Organização Internacional do Vinho e da Vinha estabeleceu oitenta e oito descritores que fazem parte de um estudo morfométrico completo e que são requeridos para registrar uma nova casta.
Se estima que mais de dez mil variedades de diferentes castas sejam cultivadas no mundo. Com base nos estudos da ampelografia, são reconhecidas cerca de cinco mil castas, cultivadas ao redor do planeta, que em diferentes traduções alcançam aproximadamente quarenta mil diferentes denominações mundo afora.
Assim, podemos afirmar que desde o plantio da videira até o consumo dos vinhos, as histórias que cercam a bebida dos deuses são sempre encantadoras e proporcionam boas conversas.